sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Reflexos, reflexões

Hoje acordei decidido a mudar. É isso, preciso mudar. Comecei aparando a barba. Estava quase preenchendo o primeiro item para ser candidato a homem-bomba no Iraque. E sabe como é, sou muito apegado ao meu corpo inteiro, montado, cada peça em seu lugar. Não tirei por completo. Ficou tipo mal-feita-bem-cuidada. Será meu novo estilo. Pelo menos até o dia em que decidir mudar de novo.
Outra coisa: vou mudar o apartamento. É necessário. Observando-o um pouquinho não consegui entender muito bem a relação entre o significado do substantivo apartamento e ele. A cara de decepção da minha mãe vista da última vez que pôs os pés por lá tinha uma razão de ser. Não tenho o que discutir, minha mãe tem sempre razão. Não será uma ação brusca: terá início, meio e continuação. Tirar vazamentos, mudar a pintura, (alguns) móveis novos. Será uma (nova) relação de cuidado, atenção, amor, troca de sentimentos. Tudo de forma muito passional, intensa e para sempre, até quando durar. Será importante chamá-lo de lar, viver nele, com ele.
E meu carro, coitado!. No lugar da tradicional frase “me lave” seria melhor ter “me adote” ou até mesmo “me salve”. E ele não precisa sequer de pneus novos. Só remendar o que está furado, colocar o para-choque no lugar, uma lavagem (que inclui tirar quilos e quilos de troços e coisas e lixo que “guardo” por lá) e depois cuidado, carinho e diálogo. Continuo crendo no diálogo. Quando dois querem, tudo se resolve. O fato é que basta um dia de dedicação e pimba. Só um dia e ainda não fiz. Quando vou aprender que carro também é gente?
Aliás, ainda tenho tanto pra aprender. Mas, (acho) que já estou começando. Exemplo disso foi entender que a primeira etapa para colocar as leituras em dia começa com rasgar os plásticos dos livros amontoados no quarto. Então é só começar a passar as folhas sempre que a vista alcançar a última mancha preta no canto direito da página. E viajar pelas palavras. E passar de um livro a outro no decorrer das horas, dos dias, dos meses. Falando assim até parece um movimento robótico. Só que robôs (ainda) não riem, choram, se emocionam com os escritos.
Também começo a compreender que os desejos de cozinhar, dançar, entender de vinhos, de azeites e de cafés não são apreendidos por osmose. São conhecimentos que precisam ser adquiridos, como todos os outros.
Confesso que sempre gostei de filmes de vampiros, mas não quero ser um. Gosto de olhar no espelho e me enxergar refletido nele.
Hoje acordei com vontade de abrir os olhos.

4 comentários:

Anônimo disse...

Poxa, gostei mt. Quase me identifiquei! Saudades de vc, amigo! bjossss. Lucy

Anônimo disse...

Mudar é sempre bom. Aliás qualquer coisa é melhor que estática e apatia. Boa sorte na sua empreitada de mudanças e no blog também já que ele também me pareceu um começo de mudança.
Bjs.
Deny Medeiros

Robson Costa disse...

Lucy, Deny,
A idéia é essa, se reinventar sempre. E acordar para entender isso.
Bjs

Natacha disse...

Qdo o apartamento estiver bonito me avisa que eu dou um presente :p
Muito boa essa mudança positiva de atitude, de pensar em arrumar, organizar, limpar...faz um bem danado
beijo