quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O buraco é mais embaixo

A polêmica sugestão do vereador Edson Melo (PSDB) foi atendida. Sem aviso prévio a Prefeitura de Teresina resolveu abrir o trânsito na rua Senador Teodoro Pacheco, que passa em frente ao Theatro 4 de Setembro. A nova rua funcionará apenas durante o dia, de 6h às 18h. À noite, será fechada.

A prefeitura diz que atendeu um pedido dos lojistas e que será por um período de apenas dois meses, mas vai danificar um dos poucos locais aprazíveis do Centro de Teresina.

Ah, sim, a rua também faz parte do Complexo Cultural e é tombada pelo Patrimônio Histórico Estadual.

A medida argumentada como paliativa é na verdade uma prova da incapacidade ou falta de coragem de organizar de fato o trânsito de Teresina.

E o pior, não vai resolver absolutamente nada.

O problema no trânsito do Centro não é de agora, por conta das obras da Agespisa. Ele existe desde muito tempo atrás.

Assim como existe na Avenida Frei Serafim, na Coelho de Resende, na Desembargador Pires de Castro, na Higino Cunha, e na Miguel Rosa, só para especificar alguns casos.

Qualquer pessoa que conheça minimamente Teresina sabe identificar os pontos críticos e até se arriscaria a apontar soluções (imagina quem estudou pra isso).

Tem até vias para o trânsito dos veículos, mas elas são obstruídas por estacionamentos (regulares e irregulares), assim como falta fiscalização, falta educação no trânsito, falta orientação, falta a presença dos azuizinhos nos locais eternamente críticos, falta um estudo de engenharia de trânsito e falta força de vontade de encarar o problema de frente.

Enquanto a STRANS e a Prefeitura não pararem de enxergar medidas paliativas, não entenderem que a capital do Piauí não é mais uma cidade do interior, uma casa de comadres, nada será resolvido de fato.

Uma coisa é certa: definitivamente abrir cem metros de rua não resolverá o problema de organização no trânsito no Centro de Teresina.

Bem melhor seria abrir a cabeça dos gestores que tiverem essa idéia de jerico.

(Publicado na coluna Roda Viva de quinta, dia 14 de janeiro de 2010)

Um comentário:

Mara Arrais disse...

Esse foi um dos primeiros textos que li na manhã de quinta, e sobre esse assunto, foi o que mais gostei. =)

Não sei o que deu na cabeça desse povo em abrir aquele meio pedaço de rua, que nem rua é. Falta do que fazer, porque é notável que para os problemas existentes eles não querem olhar.